03/05/2022 às 09h09min - Atualizada em 03/05/2022 às 09h09min
MATÉRIA ESPECIAL - Suicídio: Conhecer Para Agir e Salvar Vidas
O suicídio é uma grande questão de saúde pública em todos os países, segundo a Organização Mundial de Saúde. Infelizmente, é assunto que envolve um grande tabu.
Durante séculos de nossa história, por razões religiosas, morais e culturais o suicídio foi considerado um grande “pecado”, talvez o pior deles. Por esta razão, ainda temos medo e vergonha de falar abertamente sobre esse assunto tão importante. O suicídio é um fenômeno complexo e de causa multifatorial, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero. Para ajudar seus familiares e amigos, é necessário conhecer os fatores de riscos, sinais de alertas, fatores de proteção, bem como onde procurar ajuda.
Os fatores de risco para o suicídio os dois principais fatores de risco são: Presença de Transtornos Mentais e Tentativa prévia de suicídio. Pacientes que tentaram suicídio previamente têm de cinco a seis vezes mais chances de tentar suicídio novamente. Estima-se que 50% daqueles que se suicidaram já haviam tentado previamente. Outros fatores de risco incluem isolamento social; impulsividade e agressividade; histórico de suicídio na família; uso indevido de drogas; eventos estressores ou traumas (morte de um ente querido, perda de emprego, divórcio, desastres naturais, abuso físico e sexual na infânica, bullying, vítimas de abandono, negligência e violência na infância), baixa autoestima e orientação sexual.
Sinais de alertas e que é preciso ajudar Antes de cometer suicídio a pessoa pode sentir necessidade de aliviar cobranças sociais, culpa, remorso, medo, fracasso e humilhação. O ato é precedido de sinais de alerta, verbais ou comportamentais. Pessoa com discurso pessimista, relato de querer desaparecer, dormir para sempre, ir embora para outro lugar e não mais voltar, pode predizer significativamente o suicídio.
Como prevenir o suicídio? Em termos de prevenção, é importante ressaltar que existem fatores que protegem e reduzem os riscos de suicídios, como ter o apoio da família, de amigos e de outros relacionamentos significativos, ter crenças religiosas, culturais e étnicas, ter um envolvimento com a comunidade, uma vida social satisfatória e acesso a serviços e cuidados de saúde mental. Ao identificar os sinais de alertas, fique em contato para acompanhar como a pessoa está sentindo e o que está fazendo. Ouça sem julgamentos, incentive a pessoa a procurar ajuda profissional e ofereça-se para acompanhá-la. Em alguns casos, a internação hospitalar psiquiátrica é necessária, principalmente se a pessoa já tem histórico de tentativas prévias de suicídio recentes e está passando por uma situação estressora, uma desilusão amorosa ou desemprego, por exemplo. Essas situações são chamadas “gatilhos mentais”, que pode levar a pessoa a comportamentos de impulsividade e tentar contra a própria vida.
Onde buscar ajuda para prevenir o suicídio? CAPS – Centro de Atenção Psicossocial UBS - Unidades Básicas de Saúde UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospitais Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita)
CUIDADO! Ao receber fotos e vídeos de pessoas que tenham morrido por suicídio, delete. Não divulgue, é crime! A pena prevista é de detenção de um a três anos, além de multa. (Art.212 do Código Penal)
Fundação Allan Kardec
