Após a derrota por 2 a 0 para o Fluminense, um elenco que se habitou a dar voltas olímpicas em série se vê sob uma pressão que atingiu altos níveis depois do tropeço e que vai aumentar se o clube tricolor consolidar a conquista do Carioca.
Desde que levantou o tricampeonato estadual em 2021, ainda sob o comando de Rogério Ceni, o Flamengo manteve a rotina de se aproximar de todos os títulos, porém fracassou na hora da decisão.
De lá para cá, o clube rubro-negro somou vices no Brasileiro, na Supercopa e, é claro, na Libertadores. A perda do troféu continental feriu o elenco e promoveu uma pequena revolução no futebol do Flamengo, que fez a opção por Paulo Sousa.
No final de 2021, o diagnóstico era de um grupo de jogadores que dava alguns sinais de perda de competitividade e com uma certa dose de resignação.
Sousa chegou, trouxe consigo um patamar mais alto de cobrança do que era visto com Renato Gaúcho, e vai encarando as dificuldades para colocar em prática suas ideias.
A convivência entre técnico e jogadores ainda não atingiu um ponto de convergência e Sousa não teme as mudanças. Ele tirou espaço de medalhões, abriu caminho para antigos coadjuvantes e não parece disposto a recuar.
Ao passo que há algum desconforto em relação ao esquema adotado pelo português, o Mister esbarra em certa resistência e tenta driblar um desgaste que vai de jogadores e passa pelos dirigentes.
"Nosso time ainda não jogou o futebol que a torcida quer. A gente não está sendo avassalador como a gente espera, talvez ainda falte química no sistema", disse Filipe Luís, o único jogador que atendeu a imprensa depois do clássico contra o Fluminense.
A direção crê que o projeto tem tudo para dar certo e Sousa serve como um para-raio em um momento de necessidade de renovação.
Os resultados de campo, no entanto, ditarão o ritmo da crença dos cartolas no trabalho do treinador. No sábado (2), um novo fracasso pode ser o divisor de águas para uma das mais vitoriosas gerações da história do Flamengo.
Fonte: UOL/FOLHAPRESS